Se um dia acordassemos com a capacidade de sentir todas as dores do mundo, acordariamos com o corpo pesado como se tivessemos toneladas, sentiriamos uma tristeza imensa, um vazio sem fim. As lágrimas seriam como cachoeiras brotando de nossos olhos, teriamos a boca seca de tamanha a sede, estariamos faminto e por mais que nos alimentasse-mos a fome não teria fim.
Nossa existência seria um lamento, pois nada que fizessemos seria capaz de tranformar as sensações, sentiriam-nos impotentes e fracassados diante de tanta desgraça causada por nós mesmos, nossos olhos que a tanto passam por despercebidos, veriam o que ninguém tem vontade de ver e nosso corpo sentiria o que não estamos acostumados a sentir, nossa mente e nosso corpo estariam amarrados as desavenças do mundo, e o sentimento de exaustão e fim engoliriam a alma.
Não sei quanto tempo viveriamos, pois com certeza seriamos sufocados pelo grito que o conformismo nos ensinou a não emitir de nossas bocas. Seria triste, doloroso, rápido porém letal.
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